sábado, 19 de outubro de 2013

14 de Outubro de 2013 - A última visita

Pedem-nos que tenhamos forças. Que não percamos a coragem e que tudo irá ficar bem. Todos sabemos que não é bem assim, todos temos uma noção de perda. Sabemos a que sabe, a que soa. Temos clara certeza de que nem o tempo irá curar as saudades, a vontade de voltar a ouvir a voz, de sentir o calor de um aperto de mão e a ternura de um olhar. Todos sabem, mas ninguém faz ideia…
A dor tem efeitos diferentes nas pessoas, tal e qual o amor. Amámos e sofremos de formas diferentes, mas todos somos iguais quando perdemos alguém. Quando isso acontece, o mundo treme, a força desaparece e a coragem esconde-se nos recantos do nosso íntimo. Só a dor dispara o alarme, só ela se mexe dentro de nós, só ela se manifesta.

Naquela hora não há força física que supere a força que nos leva, não há amor que ressuscite o que outrora respirava... Não há saudade maior do que aquela que nos abraça quando o olhar se apaga... Não houve mais nada, só um fim e um recomeço… Não ouvi o seu último suspiro, mas senti o seu último aviso, o último recado: “Cautela!”.
Posso dizer que fui amada e amei… Fui acarinhada e acarinhei, fui cuidada e cuidei! Ensinada também fui e algo ensinei… Mas acima de tudo, participamos de uma história, construímos uma família, partilhamos uma vida!
Sorrimos, cantamos, brincamos, fomos o que tínhamos de ser, para o bem e para o mal, decerto que não seria tão bom de outro jeito…
As lágrimas residem com a dor, mas o sorriso e a vontade de viver que tinhas, permanecerão e afastarão toda a mágoa que teima em não ir embora.

“xau bú” …

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Matematicamente falando

Receio ser mais um onde deveria ser igual a um.
Tenho medo de até ser zero onde fantasio ser infinito.
Não é um acontecimento certo, mas é sem duvida uma constante, à qual eu quero demonstrar que não há limite para atingir a constante, porque os sonhos tendem sempre para o infinito, e a vida tende para os sonhos!

sábado, 22 de junho de 2013

Guerra por amor

Procuro em mim versos de uma prosa que não tem rima. Estou à deriva, neste mar de palavras vãs. Talvez porque me sinta completa e não precise de me expressar por escrito. Não. Eu não estou completa. Falta-me o contraste deste meu mundo contraditório e simultaneamente simplista. Inovação, criatividade, cor! Simples gestos que conseguem iludir os mais cépticos. Sim, preciso de amor... Paixão, crença no impossível e inatingível. Fortaleza que se fortifica a cada beijo, a cada olhar. Sim, sonhos... ah sonhos... Sonhar faz o mundo crescer, os sonhos fazem acreditar, tornam-nos guerreiros.
Travo uma guerra dentro de mim, uma revolta no estômago, batalhas constantes na cabeça! O medo instala--se pelo meu corpo, o coração está cercado! Tenho medo sim. Sou fraca, ao ponto de me querer esconder... Esconder-me no antro da indiferença, da estupidez, da inocência irónica. Gostava de poder ser verdadeira comigo mesma e com os que me rodeiam. Gostava de te dizer, olhos nos olhos, o tamanho do meu sorriso quando me dizes "bom dia", gostava de te dizer a enorme vontade que tenho de te observar, tocar. Gostava de expressar os sentimentos que me preenchem todos os dias no instante que acordo e no último instante em que tenho percepção que estou acordada. Gostava de muito e de tão pouco.
A guerra vai continuar, até ao dia em que o teu olhar me der paz... Avizinham-se tempos difíceis, mas eu posso e consigo esperar!Sou uma guerreira, e estou apaixonada.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Saudades? Talvez sim, talvez não


Sonhar é fácil quando se tem asas e se pode voar bem alto do chão.
Acreditar é fácil quando há provas de que temos um bom coração.



Saudades? Talvez sim, talvez não.


Choro, choro arduamente pela tua ausência.
Creio na esperança que se mantém viva,
Amo, amo acreditar na verdadeira essência,
Que me faz vibrar, e da noite me priva.
Grito, grito pela febre que me faz enlouquecer
Liberto de mim a saudade amargurada,
Procuro, procuro por um novo amanhecer,
Afasto o vento inerte da madrugada.
Ouço, ouço o estalar dos teus cabelos,
Alucino com a música do teu grito.
Leio, leio as palavras dos teus olhos,
Fecho o livro, já está tudo dito.
Pinto, pinto o teu nome na estrada,
Ando sem rumo, perdida no espaço.
Sigo, sigo em frente, atordoada.
Soltei de mim, o teu pedaço.
Aquele que batia freneticamente,
Quando, eu e tu, juntos nos completávamos
Aquele que se alegrava estupidamente,
Quando, eu e tu nos amávamos.
                                                                         
                                                                          Because we meant to be together…
                                                                          Today and always, forever…
3 de Março de 2013





S(ó)ilêncio


Pego em fragmentos de palavras e tento juntá-las para que formem algum sentido naquilo que me parece ser o meu pensamento. Está tudo tão baralhado que não há forma de acabar com esta confusão. A música não ajuda a encontrar significado nas silabas, e as fotografias só baralham ainda mais o raciocínio. Os sentimentos discutem fervorosamente, e estão divididos pelo coração e pelo cérebro. Parecem bêbados a palavrear o alfabeto pela boca fora. Como podem estar tão atrofiados?
Neste momento, não consigo pensar ou ate mesmo decifrar o meu batimento cardíaco. Tenho pressa de chegar a uma conclusão, mas nada em mim coopera com a minha vontade, tudo em mim entrou em greve desde o momento que fui deixada sozinha. Ou pelo menos, desde o momento que deixei de sentir que estava acompanhada fosse por quem fosse. Sinto-me sozinha até nos meus sonhos, aqueles que tenho á noite, e aqueles que tenho durante o dia…
O choro demora a aparecer, mas vontade não falta, estou tão cansada de estar aqui sem fazer nada, de querer fazer algo e não poder, de querer fugir para o isolamento profundo da alma… agora é mais fácil chorar… eu quero isolar-me mas tenho medo do isolamento. Isto mata! Mata a capacidade para raciocinar correctamente.
Ás vezes, as palavras são escritas á toa. São palavras soltas, anónimas, sem sentido ou explicação. Mas certas vezes magoam mais que qualquer tiro, facada ou envenenamento.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Alma pensadora


Pensar, requer de mim, estômago cheio. Escrever, demanda que tenha palavras prontas a serem exploradas. Correr necessita de pré-disposição e vontade de levar o coração a elevados batimentos cardíacos. Ouvir música, merece que se entenda o artista, que se perceba o seu ponto de vista e o que nos quer transmitir. Posso parecer louca, mas, para amar, eu preciso que me amem. Preciso de sentir as borboletas voarem de ti para mim, preciso de sentir o peso do teu mundo, da tua felicidade, do teu corpo. Necessito de ver em ti o sorriso que faz os meus poros se abrirem. Sonho alto, mas sei que não é impossível sentir a tua alma percorrer o meu corpo com o olhar, que meticulosamente percorre as curvas dos meus lábios. Sei que podemos dançar toda a noite, sem sequer estarmos juntos, porque as nossas vozes conjugam-se numa série de movimentos, que resultam numa melodia quente, que envolve os nossos corpos e os move a um ritmo espontâneo. Despes-me com as palavras que me vais dizendo. Molhas-me com a água quente do chuveiro, deixas que a água me relaxe. Os nossos mundos flutuam… Olhamos um para o outro e tudo é dito! Tudo se resume a uma palavra, um sentimento, uma lei, uma regra, um axioma! Sou livre de dizer tudo o que quero, e a minha demência diz-me para saltar de um prédio e voar… Voar para os teus braços! Eu já me despenhei muitas vezes, já me parti em muitos pedaços, já tentei esconder os fragmentos do que em outra vida fui, mas continuo a partir o que de melhor há em mim, os cacos em que me transformo, magoam aqueles que pegam em mim, e que me tentam colar. Não me deixes agora, nem te atrevas a dizer-me adeus, não me vires as costas, porque se não me agarrares eu caio mais uma vez e os estragos vão ser ainda maiores. Se calhar o melhor era apenas seguir …. Seguir em busca de uma rede protectora, de algo que me prenda no cimo do telhado, que não me deixe cair. Tenho de ser selvagem nos sentimentos, viver no limite, mas nunca deixar a minha alma escurecer com as más experiências, e deixar-se cair, eu sou doida, mas sou livre de escrever o que quero. Eu quero a tua pessoa.  Quero a tua loucura junto da minha. Eu fiz muitas coisas de que me arrependo, mas sabes que mais? Há algo neste mundo e noutros que tais, chamado amor, e isso é mais forte, supostamente, que qualquer outro sentimento, e portanto, torna qualquer assunto insignificante junto dele. Pois é, já é tarde, e continuo a não ter sono, a não ter vontade de fechar os olhos e recordar todos os nossos momentos, porque sei agora, que são só recordações. Isto porque, o passado e todas as decisões feitas, são definitivas. Se vieres, talvez já não esteja cá. Eu vou onde a minha alma quiser ir…