segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Um amor, uma casa

Uma casa por construir, alicerces em carne, janelas em ferida, portas meias abertas ou meias fechadas... Jardins sem cor, uma fachada cinzenta... E os seus habitantes? Serão almas em cativeiro, serão fantasmas despidos pela mágoa? E as flores do jardim? Serão rosas negras, pintadas pelo tango de um amor proibido, serão giraçóis queimados pelo fogo dos acordes do vento? Será o pó, as cinzas do que outrora foram gargalhadas? Serão as marcas nas paredes, fotografias tiradas á pressa? Serão as manchas no chão, pegadas de um caminho que já não é o meu? E os pratos por lavar, com restos do que já foi em tempos o meu e o teu prato preferido...?
Na cozinha, está a passar um filme, em que eu e tu fomos as personagens principais, em que vestidos pelo suor, provamos que o amor se pode mostrar de qualquer maneira, e se pode condimentar a gosto... Basta querer e desejar. Foi na pedra fria que acendemos a fogueira. Foi lá, que, no meio de suor e saliva, te desejei mais do que nunca. E o filme vai sendo projectado, e agora revejo-o vezes sem conta, quando por lá passo.
Na sala, há quadros de momentos históricos, em que eu e tu, fomos a rainha e o rei...
No quarto, ah no quarto, cada pedaço de parede conta um história. Cada lasca de tinta é um sorriso, um "amo-te". Cada partícula de oxigénio já foi teu e agora é meu. E esta madeira velha, que já provou o peso do nosso amor, está apodrecida. Gasta pelo tempo, que foi passando sem darmos conta.
O tempo torna certos momentos levianos, e as tatuagens - as memórias - tornam-se manchas e deixam de ter significado. Mas o que importam as memórias de todos os dias? As que valem mais são as que ficam connosco para sempre, e que nos veem visitar o coração de tempos em tempos... Como aquela em que pedias para confiar em ti, eu mal te conhecia, mas pedias-me que confiasse porque não me irias largar, e eu agarrei-te com todas as minhas forças... ou então aquela, em que entre lágrimas li o primeiro texto que me escreveste, em que as tuas palavras me deixaram embevecida... Ahhhh como essas memórias estão marcadas no meu corpo... São como o cimento de uma casa...
A casa por construir, sou e tu. Somos nós e o nosso amor. E ficou assim... Congelada no tempo. Á espera de uma nova Primavera...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Precoce demência

Numa noite em que as ruas gritavam silêncio.Em que o céu não escurecia, e as estrelas não piscavam. Em que o calor da lareira não era mais do que um simples tilintar da madeira, e umas quantas pinceladas de sol. Numa noite em que o meu corpo flutuava nos lençóis, e a tua presença, não era mais do que uma simples fantasia, uma alucinação da minha precoce demência.
Cada respiração minha se tornava mais profunda, mas cada batimento cardíaco era mais acelerado, mais compulsivo, ofegante. E por conseguinte, a dificuldade em adormecer era evidente... Cada pensamento me levava a um caminho diferente, mas todos eles me levavam ao teu olhar. Eu queria dormir, mas sempre que baixava as guardas, lá vinha o te olhar, ou o teu perfume, ou o teu toque, ou o teu sussurro, ou as tuas conversas, ou então os teus beijos, ou a tua capacidade para me manter acordada. Odeio-te por isso. Mas amo-te por te odiar. é contraditório mas verdadeiro. É a verdade crua e nua! Eu odeio-te por tudo que me faz te amar, eu amo-te por tudo o que me faz te odiar. É simples! Mas não deixa de doer, porque eu viro e reviro o meu corpo na cama, e não consigo dormir!
O teu fantasma persegue o meu sono, devora a minha paciência! Esmaga qualquer tipo de paz que a minha mente possa ter, e aí, desespero, irrito-me e levanto-me da cama, caminho pela casa, expulso os demónios do meu corpo, cego-os com a luz do dia, e deixo-os queimar com a aurora.
Sei que foi mais uma batalha, é como se estivesse a passar por um processo de desintoxicação... O que custa mais é aceitar que se tem um problema ( e o meu é odiar-te por amar-te e vise-versa) depois a cura está a um passo... Já lá vão as noites em que contava as horas , em que uma hora parecia ter duas horas. E as luzes dos candeeiros da rua parecerem os teus olhos. Já lá vão as noites em que a tua voz percorria a minha pele, em que as tuas palavras me arrepiavam, em que nos ríamos ás gargalhadas, em que chorávamos com as declarações de amor, em que simplesmente ouvia-mos a respiração do outro. Esse tempo, não é mais do que simplesmente uma boa recordação.
Agora, o segundo passo é evitar o que nos torna dependentes, ou seja, é passar por ti e fingir que não te conheço, e este passo, ainda não o consegui superar, porque ainda sinto borboletas borbulhar no estômago, ainda tremo, ainda me dá vontade de sorrir quando te vejo ou quando pressinto a tua presença. Que hei-de fazer? Fugir de ti? Evitar-te?! Eu não sei, "apenas sei que nada sei".
Estar apaixonado é como estar sob o efeito de droga, e depois, como é viciante não se quer parar, e isso leva-nos a desgastar a relação e a nós próprios. Foi o que aconteceu. E neste momento a separação, ou o isolamento, foi a única alternativa possível, ou seja, a desintoxicação.
Agora, perduram as noites em que os poros da cara são salinas, em que os olhos são espelhos de sangue, que que o relógio é uma bomba para os ouvidos em que a tua voz fica para lá de um fio.
Já não posso dizer que te amo ou que te quero. Isso já não tem valor. Tu sabes que me tens quando quiseres, e embora eu ache que não deveria ser assim, eu não aguento, e tenho inúmeras recaídas.
Hoje, numa noite em que as nuvens cobriram o céu, em que a lua fugiu com o Sol e tu continuas a perseguir-me, eu desisto. Desisto de querer algo que não posso ter. Mas eu não posso desistir, quem ama não desiste.
O relógio pode até parar, mas os ponteiros nunca voltam para trás. E esta noite, não é excepção. Vou fechar os olhos, pode ser que o amanha seja melhor. Esta noite, o teu fantasma, pode fazer-me companhia, eu não me vou incomodar. Pelo menos, eu sei que com ele eu vou estar acompanhada.

terça-feira, 19 de outubro de 2010


Subo a rua, por entre as árvores, guiada pela luz intermitente da estrada… consigo ouvir o pulsar do meu coração e o vento a dançar com as folhas. Vagueio em silêncio, e em câmara lenta. A luz da estrada, engrandece a beleza do Outono.
As cores quentes das árvores, a imensidão de folhas caídas trazidas pelo vento, como um tapete a saudar a chegada do Outono fazem com que meu coração ria ao ver este festival de cores… Sente-se maior. E as estrelas brilham, e apesar de estarem distantes, aquecem a alma… e enchem-na de paz!
Como serei eu capaz de ordenar ao meu próprio ser , que deixe de ouvir o coração? E deixar de admirar tamanha beleza?
Vagueando em silêncio, nesta rua iluminada pela luz intermitente da estrada, eu ouço a tua voz dentro de mim, como se estivesses ali, lado a lado comigo.
Sinto a tua respiração e o calor de cada expiração, as tuas mãos procuram as minhas, estão húmidas, mas frias.
Não dizes nem uma frase com sentido, apenas palavras deitadas fora. A tua boca não mexe, mas o teu coração grita por dentro, quer dizer tudo que o magoa. Não tens coragem de me mostrar o teu lado mais profundo… Não tenhas medo, penso sussurrando. Diz o que te deixa mal disposto, o que não gostas de ver e de sentir, encara-me como uma folha em branco e que precisa de ser escrita. Entrega-me a tua alma… dá-lhe voz!
Explode. Não tenhas medo de me bombardear com palavras sinistras ou negras. Diz apenas o que te vai no coração.
Eu digo para te mostrares, mas eu também não consigo proferir uma única palavra. Estou numa posição que não me deixa ter poder algum.
Enquanto subimos a rua, lado a lado, de mão dada, percorremos um caminho que nos parece infinito, e a rua vai aumentando o seu declive. A cada minuto que passa, custa cada vez mais dar um passo. As nossas mãos estão-se a separar, e nós já não acreditamos um no outro para agarrar e não largar. De repente, um vento frio esbate nos nossos corpos que vagueiam por cima das folhas queimadas em tons de vermelho e amarelo. Esse vento trouxe com ele nevoeiro. Aí, senti os teus lábios tocarem nos meus, tinhas os teus lábios em fogo, nesse instante todo o meu corpo aqueceu, senti o Mundo parar. Depois continuei a caminhar, e a sentir os meus lábios arder, mas agora, deixei de ouvir a tua voz, deixei de sentir a tua mão, deixei de sentir a tua revolta, e perdi-te na neblina.
Olhei para trás, uma réstia de rancor vagueava no ar… mas as folhas tingidas com o sangue vermelho da luz do Sol, desenhavam todos os momentos de amor. Formou-se uma porta, pela qual ainda não te vi sair, e por onde ainda não me propus a entrar.
Mas ainda sinto o bater do meu coração, e se ele bate, é porque tu ainda existes, é porque tu ainda andas lado a lado comigo na rua. É porque consigo ouvir a tua revolta, e sentir a tua dor.

sábado, 9 de outubro de 2010

Ontem eu era eu . Hoje eu sou diferente

Ser falsa, é querer ser tudo e não ser nada. é querer dar a volta ao Mundo e nem sequer saber qual é a estrada. é mentir, é julgar que se é alguém não o sendo. é pensar que se pode ter tudo, mas não se tem nada. é ser oco, pútrido. Incapaz de ser, de viver como uma pessoa. Como um ser vivo racional.
É ser mais um... E não uma pessoa especial. Quando se é falso, sempre magoamos alguém, e o pior, é que magoamos aqueles que nos amam.
Uma pessoa falsa merece solidão...
Não é que todos não possamos cometer erros, mas ser falso, é ser perito em errar.
Demito-me. Demito-me de tentar ser alguém que não sou. Desisto de tentar impressionar os outros com qualidades que não são minhas. Desisto da mentira... A mentira, é um "prazer momentâneo", só nos traz prazer durante instantes, nunca se tem prazer prolongado com uma mentira... A mentira, é como o sexo... Já a verdade, é como o amor...

Hoje, eu sou uma pessoa diferente.

Sou preguiçosa, falo alto, detesto que me chamem á atenção. Não gosto de traições... Adoro arroz com feijão... Se um dia tiver um filho, vou-lhe dar o nome de Afonso. Gosto de ler, mas só pego nos livros quando preciso deles, deixo sempre tudo para a última da hora.
Gosto de namorar, de estar agarrada, e de sentir o bater do coração... Adoro desporto e ciência... Sou muito romântica, gosto de música e adoro escrever... Gosto de ser mulher, e um dos meus sonhos é ser mãe.

Entrego-me de corpo e alma á pessoa que amo.. sou distraída, e muito sonhadora, mas não deixe de perceber o que se passa no Mundo lá fora. Por vezes sou um pouco lenta...mas chego lá!

Se amo, amo de verdade, e para sempre...

Se quero, quero mesmo, e luto para conseguir...

Se choro, choro como as nuvens no inverno..

Se peço desculpa... é porque sei que erro cometi...

Se digo que não te quero perder... é porque não vou!
Perdi o Sol

Hoje acordei sem luz. E não consegui encontrar o Sol... Nem um único rasto de luminosidade. A noite continua a mostrar a sua escuridão. E as estrelas choram... Como os meus olhos.
Perdi, a minha fonte de vida, de alegria e paz. Permaneço agora na penumbra da noite, sem saber para onde ir, para onde olhar. Estou parada, sem reacção. O coração leva um ritmo lento e pesado, como se de um cortejo fúnebre se passasse. Não há nada que me proteja, nada que me aconchegue... O ar, circula pelos meus cabelos, mas não como uma carícia, pelo contrário, agride-os, como chicotadas. O meu corpo pútrido, cai... desfaz-se em pedaços, transforma-se em pó. Pó que a noite leva, no vento, e que só o Sol, a luz do dia, poderão transformar em vida...

sábado, 4 de setembro de 2010

I

Não é todos os dias que nos deparamos com uma nova situação, quer dizer, sim, todos os dias nos deparamos com novas situações. Mas a situação a que me referia inicialmente, é o amor.
Não sei descrevê-lo. Apenas o sentimos. Não é algo que queiramos em certos momentos da nossa vida, mas ele simplesmente aparece sem dar explicações, e deixa-nos completamente, eu diria até, exageradamente sem palavras!
Foi o que me aconteceu. Sim... Apareceu do dia para a noite, sem dizer a ninguém... E foi de uma forma arrebatadora, simplesmente mágica. Um toque de dedos, um olhar, um arrepio pela espinha. E voilá...
Contudo, eu não estou aqui para contar a minha história de amor, ou como tudo começou... Eu estou aqui porque estou completamente desesperada, não sei que rumo dar á minha vida. Tudo está demasiado confuso na minha cabeça. Estou rodeada de tédio! Não sinto mais vontade de cantar, de me rir - até o meu riso se tornou monótono, e sem graça, está um riso mecânico, falso- perdi completamente o bom senso, e o humor, estou carrancuda e "velha".
Eu sei que dentro de mim, ainda existe algum charme, uma elegância pouco vulgar e um sorriso inocente e encantador; um olhar envergonhado, e uma inteligência excepcional. Porém, algo na minha mente mudou, o meu cérebro já não trabalha arduamente como outrora, está lento, como se de um computador do século passado se tratasse.
Gostava sem dúvida de me trazer alguma alegria, ser amada por mim própria, apaixonar-me por mim, sempre que me olhar no espelho. Eu não me estou a sentir segura, e isso está sem sombra de dúvidas a reflectir-se no meu relacionamento.

II

Quando conheci o meu amor, eu era uma rapariga simples, delicada, envergonhada, muito tímida, sentia-me pouco á vontade com rapazes, era uma rapariga decente, respeitadora e respeitada; uma boa filha, e preocupada com o seu futuro. Mas acima de tudo era muito sonhadora, até demais...
Os planos para a minha carreira eram demasiados. Tudo estava meticulosamente descrito na minha cabeça. Eu, como muitas miúdas, sonhava com o namorado perfeito, com a "primeira vez", com o casamento, com o nascimento dos filhos... ahhh com a casa, com os carros, com as festas... Realmente tudo iria ser perfeito como sempre desejei que fosse. Nada me parecia poder mudar de ideias.
Contudo, não estando á espera que ele aparecesse, ainda me pareceu mais maravilhoso. Típico de um conto de fadas. Que mais poderia querer que um amor á primeira vista?! Uma paixão explosiva, efusiva. O primeiro beijo, foi fugaz, roubado no canto dos lábios... Apesar de ter sido abençoado com minúsculas gotas de chuva, que decidiram refrescar os primaveris botões de rosas, soube a pecado. Foi simplesmente delicioso. Os que se seguiram, foram mais, como chamar-lhes?! talvez... humm, aventureiros, ah ah ah! Sim, aventureiros, pois foi a partir do beijo que o conheci melhor.
Ninguém, pelo menos eu penso que sim, davam mais que umas semanas de namoro. Contra todas a as expectativas, passaram-se meses... Mais precisamente quinze meses, com altos e baixos, é claro. Mas o que durante esta relação perdurou mais foi o meu sonho.
Depois de o ter conhecido, o meu sonho de menina, foi-se tornando mais verdade! Planeamos o nosso casamento, sonhamos com a nossa casa, com os nossos filhos, até chegámos a discutir com quem eles seriam parecidos... Todos estes sonhos, só aumentaram á minha fantasia, o que me tornou numa pessoa aérea, distraída. Em vez de me concentrar no que realmente interessava, passava horas a fio a sonhar com o futuro, que com ele eu iria passar.

III

Com todos os sonhos, esqueci-me do essencial. Esqueci-me de como era ser cuidadosa, carinhosa, de prestar atenção aos pormenores. Apenas o que se passava na minha cabeça era realidade, e a verdadeira realidade, o mundo real, não passavam de um pesadelo que eu constantemente queria acordar, e fugir.
Esses sonhos, tiraram-me vitalidade. Tiraram-me a percepção do que é a vida real. Agora, não me consigo ver daqui a cinco anos. Não sei que decisões tomar, sinto-me perdida no mundo. Já não consigo sonhar! Todos os planos desapareceram. Evaporaram com a neblina da manhã. Desvaneceram-se como gotas de orvalho...
Mas que vida é esta, que não me deixa sonhar?! Não tenho capacidade para responder...
Ahhh, como eu desejava não ter sido tão ingénua... Dizem que as pessoas normalmente crescem com os erros, e com os erros se tornam nos Homens de amanhã. Acredito nisso, e acredito mais ainda que é mais árduo perdoar a nós próprios que aos outros. Se não nos conseguimos perdoar, então como perdoaremos os outros? É exactamente a mesma coisa que se não nos amarmos a nós próprios, também não conseguiremos amar outra pessoa.
Estou sem dúvida alguma a passar a pior fase no meu relacionamento, o facto de me ignorar, esventra-me o coração. Mas para não me sentir inferior faço o mesmo. Tudo isto está mesmo a magoar-me. Não sei o que ele sente em relação a isto, mas eu cá estou com sérios problemas em dormir. Ele é dono do meu pensamento, tal como é dono das minhas forças, do meu corpo, da minha alma.
Ama-lo agora, é diferente.


É diferente porque agora, a sua presença vale mais do que qualquer palavra que ele possa dizer, vale muito mais que um beijo, ou um toque.
O amor agora é mais pacífico. O que me torna muito mais impaciente, pois eu adoro a loucura da paixão... Contudo, estou a aprender a conter-me e a abordá-lo com calma.
Sinto que estou a crescer... Mas porque está a demorar tanto?!
Cada vez tenho mais certeza que é ele o meu príncipe encantado. Amo-o acima de qualquer obstáculo, para além de qualquer horizonte.
Amo-o simplesmente...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Mar salgado

Mar salgado
Frio, agitado.
Da maresia
Trazes a ventania
Que solta o meu cabelo.
Aqui, na praia.
De bandeira amarela,
Não se pode nadar.
Mas de barco á vela,
A esventrar pelo mar
As ondas vão-nos embalar.

30 de Agosto de 2010

Não mudes nem um fio de cabelo

Não mudes nem um fio de cabelo.
Grita ao mundo o que te entristece.
Não negues quando digo que és belo,
Fica comigo, enquanto anoitece.

Deixa-me descansar nos teus braços
Nesta noite quente de Verão.
Ficarei destroçada, em pedaços
Se, meu amor, me disseres não.

Permite-me que te adormeça.
Ver-te dormir, junto a mim.
Encosta bem a tua cabeça
E deixa-te ficar... assim...
12 de Agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010



Tento procurar palavras que rimem umas com as outras, e às vezes parece que elas caem do céu, outras porém, parece que ficam presas nas nuvens...
Eu certamente, que já usei palavras que nunca me passariam pela cabeça, estou sempre à procura de novas, para que a minha escrita não se torne monótona e aborrecida, eu gosto de inovar e "adornar" o meu vocabulário.

Palavras. Que tema vago, é quase impensável transcrevê-las todas num só livro. Elas são aos milhares, milhões até! Mas pergunto, porque é que preciso de tantas e tantas palavras, se as acções valem mais? Porquê? Será que é por ficar mais bonito escrever uma declaração de amor com palavras belas e delicadas, com palavras que transmitam o que estamos a sentir e aquelas que nos deixam extasiados? Não valeria mais um olhar? Um simples olhar ou até mesmo um toque, uma carícia...?
Eu digo isto, porque não foi preciso uma palavra sequer para me apaixonar por ti, ou para perceber que me amavas...Bastou, pura e simplesmente olhares nos meus olhos, e o brilho do teu olhar me revelar tudo!
Foram segundos apenas...foi como se não existisse mais ninguém á nossa volta...tudo parou para ver o nosso amor nascer....Fomos abençoados pelas mais puras gotas de chuva da Primavera, que algum dia caíram na superfície da Terra... Foi na hora certa, no local certo, da maneira perfeita!!!
Tenho a dizer, que o último ano, foi o melhor de sempre, foi o melhor ano da minha curta e jovem vida! Não só porque conquistei muitos títulos, me elevei, elevei a minha auto-estima, ganhei provas, etc..., mas também, porque te conheci, e vivi contigo os melhores momentos que alguma vez poderei voltar a viver... (até agora...).


Obrigada meu amor...

Amo-te

sábado, 12 de junho de 2010

...podem acreditar, que o amor é mais forte do que qualquer dor, do que qualquer razão, do que qualquer arma...
E eu tenho-o comigo, possuo-o dentro do meu corpo, sou dona do teu amor...
Se eu tiver tanto poder tanto o quanto aquele que tenho quando se ama, então nada na minha vida é e será impossível...
E como quando se ama se tem todo poder do mundo,- e eu tenho-o... porque amo, amo com toda a força que tenho dentro de mim, a tua essência, o teu perfume, o teu toque, estão dentro de mim... o teu nome devora os meus neurónios, porém, quando me dizes "não" todas as minhas forças deixam de existir, e quando me pedes para seguir em frente... eu não consigo ver nenhum caminho. Pergunto-me se a estrada desapareceu, ou se eu simplesmente caí num buraco... um buraco sem fundo...- ...todos os nossos sonhos se podem tornar realidade só por amarmos, e se quisermos mesmo, o nosso poder se mostrará...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A noite já estava em pleno. As ruas estavam já iluminadas, mas uma certa escuridão permanecia no ar...
O caminho tornava-se longo, uma estrada escura, comprida, e suja...poucos carros ali passavam, e muito menos pessoas. E ali estava; cercada de negro, de nuvens de chuva, que ameaçava cair a qualquer instante, mas continuava o meu caminho, ouvindo apenas as passadas ofegantes do meu coração.
Sentia-me só, naquela escuridão. A minha sombra, lembrava-me a tua forma, o teu corpo... e a vontade que tinha de estar a teu lado.
Nunca mais passava o tempo, e a estrada era cada vez mais longa...
Pequenas gotas de orvalho, frescas e macias, me caíam na cara, como leves carícias feitas pela tua mão.
Apetecia-me gritar por ti. Gritar até perder a voz... porque ... sinto a tua falta, e eu sem ti, vivo nas escuridão.

O que nos faz amar...



O que nos faz amar, é o olhar, as palavras sussurradas ao ouvido, é a confiança entre duas pessoas, a esperança de ter algo em comum...a vontade de ter companhia...o desejo imortal de ouvir elogios, a insaciável fome da palavra "amo-te"... Querer fazer alguém feliz fazendo-nos felizes.. um querer impaciente... sentirmos-nos desejados, sentir que fazemos alguém sentir saudades...

Fazer amar...Fazer com que nos amem e fazer com que amemos, é uma missão.. que todos nós temos de cumprir...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


Pior do que estar cansada, é treinar sozinha. Isto tem uma razão, estando sozinha, não tenho ninguém com quem falar, ou distrair, por isso sentimos com maior facilidade o cansaço, e a fadiga. E ainda para além disso, o tempo parece que não passa... Agora, se estiver acompanhada, há sempre algo para falar, o que nos dá a sensação do tempo passar a voar...
Está realmente tudo na nossa cabeça...
Agora já sei, sempre que treinar sozinha, vou olhando para as árvores, vou pensando nos trabalhos, no que tenho de fazer, fazendo problemas de matemática, programando o dia seguinte, pensando em tudo e mais alguma coisa, ou então pensar que se está num sítio maravilhoso....hummmm...isso seria fantástico....=)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010



Hoje, pediste-me desculpa.


Não é todos os dias que isso acontece, para ser mais precisa, raramente isso acontece. Ninguém é perfeito... Ninguém é superior a ninguém... e hoje, demonstraste-me o que se é capaz de fazer para remediar os erros, quando magoamos alguém de quem gostamos muito. Nunca tornaste a palavra "desculpa" banal, e por isso, quando hoje a disseste, foi mais profunda, mais intensa, e teve mais efeito em mim, e a forma como a disseste foi muito delicada, como se de uma flor estivesses a tratar, e com todo o cuidado, a regasses suavemente... e depois aconchegasses a terra á volta, para que esta se sentisse mais confortável...


Por isso, por toda essa delicadeza, senti-me na obrigação de te responder á letra, pois tamanhas palavras doces, e meigas, mereciam sem dúvida uma resposta á altura...




"Agora retrocedo, leio os versos.


Conto as desilusões no rol do coração.


Recordo o pesadelo dos desejos.


Olho o deserto desolado..."


Miguel Torga, in "Diário VII"


....tens razão, estou um bocadinho chateada...mas o desejo de estar bem contigo é mais forte...fala mais alto. E não vão ser as verdades que me disseste ontem, nem aquilo que pensas que me vão retirar o sentimento mais puro que algum dia poderá existir...o amor.
Amo-te.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Á nascença somos todos iguais, depois crescemos, aprendemos e escolhemos... E eu escolhi amar-te... Escolhi passar o resto da minha vida contigo, escolhi-te simplesmente porque tenho a certeza que és a minha cara-metade, que és a minha alma gémea...que és tu que me completas...
E quando já não temos mais nada para escolher, a nossa missão foi cumprida, e assim podemos partir.... com consciência de que tomamos as decisões correctas...
Tudo isto para te dizer simplesmente que te amo, ... e que não me arrependo e nem me arrependerei de um dia ter-te escolhido...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Teus olhos cor-de-avelã



Teus olhos cor-de-avelã,
me trazem luz pela manhã.
Teus lábios doces de chocolate,
me trazem prazer em amar-te.
Tuas mãos toque de açucena
me trazem sonhos em poema;
Teu coração de mel,
me traz amor, e destrói tudo que é cruel.

Tuas palavras, doce melodia,
me trazem para o ego harmonia.
Teus sonhos apaixonados,
me trazem vontade para os ver realizados.
Tua alma, original.
me traz uma paz, fora do normal.
Teus passos grandes e lentos,
me trazem pressa em todos os movimentos.

O teu pensamento eficaz,
me traz certeza de que sou capaz.
Teus dedos frios,
me trazem muito calor dos arrepios.
Teu olhar angelical,
me traz a certeza de que és real.
Tua respiração e fala apressadas,
me trazem á memória, duas almas apaixonadas.


20 de Janeiro de 2010
Rita M. S. Lopes