sábado, 27 de setembro de 2014

Cartas para ele

27 setembro de 14
02:09

Meu querido,

Sabes uma coisa? Tudo isto não seria tão doloroso, se a nossa alma não ficasse presa às memórias que tu, e o teu nome me trazem. Todo este processo de amor, não seria tão penoso, quase insuportável, se toda a saudade     que trago pregada no meu peito fosse vontade de viver…
Tudo seria melhor se a mágoa que carrego em mim me transbordasse os olhos e fizesse secar a fonte de uma vez por todas. Porque esta dor que se associa à rejeição e à perda, tornou-se física, tornou-se táctil. Vê-se a olho nu. E por muito que tente transcrever e soltar os sentimentos em traços e rabiscos, estes nunca lhes farão jus. Não há sentido quando o corpo e a mente estão doridos. Nada se encaixa, e tudo se transforma num grande e oco vazio.
Não há sono que resista aos ecos de um coração amargurado, e às melancólicas canções de uma memória bagunçada. E, a meio da noite a tua presença é mais forte, derivada talvez de uma alucinação pré-sonho, visto que, o cansaço me interrompe o fio de pensamento, e torna os meus olhos em portões de ferro. Quero estar mais perto de ti… Onde estás agora? Se não vieres já, apanha-me no próximo sonho, enquanto estiver a dormir.

Com amor,

Rita

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